Influenciados pelo uso excessivo de celulares e tablets, algumas crianças e adolescentes começaram a adotar uma forma curiosa de falar: cortam as palavras no meio. Por exemplo, em vez de dizer “Vou fazer minha lição”, falam “Vou fazer minha li”. Ou transformam “Vou beber suco de laranja” em “Vou beber suco de lar”.
Essa tendência, chamada de “trend do corte seco”, tem preocupado pais e educadores, pois, apesar de parecer algo inofensivo, pode afetar a alfabetização, o aprendizado e até a socialização dessas crianças.
O que é a trend do corte seco?
A “trend do corte seco” é uma moda entre crianças e adolescentes influenciada pelo uso de celulares e redes sociais, onde palavras são propositalmente cortadas antes do fim.
Alguns youtubers e tiktokers criam vídeos infantis usando um estilo de edição com cortes bruscos, interrompendo as frases antes que as palavras sejam completamente pronunciadas, tornando os posts mais dinâmicos e atrativos.
Como esse tipo de influência afeta o desenvolvimento das crianças?
De acordo com a Neuropsicóloga Dra. Karliny U., esse tipo de problema pode afetar o desenvolvimento cognitivo e linguístico da criança e indica um excesso de uso de telas.
“Essa moda pode impactar bastante o desenvolvimento cognitivo e linguístico das crianças ao expor-se repetidamente a essa forma truncada de linguagem, elas podem ter dificuldades em construir frases completas, prejudicando a comunicação e o aprendizado, pois elas estão em uma fase de aprendizado”.
“Além disso, o fenômeno reflete o excesso de uso de telas, que pode limitar interações sociais e atividades que são fundamentais para o desenvolvimento saudável”, alerta a Dra. Karliny U.
Sobre Dra. Karliny U.
Karliny Sales Pinto Uchôa é psicóloga e neuropsicóloga, atualmente mestranda em Psicologia pela Universidade do Porto, em Portugal. Atua como membro e assistente de pesquisa no grupo Gifted, em parceria com o grupo IQ Nexus, que reúne centenas de superdotados. Esse projeto colabora com prestigiadas sociedades de alto QI, como Intertel, IIS, ePiq e ISI-Society, focando no estudo e apoio de indivíduos com altas habilidades intelectuais.