A tecnologia aplicada à saúde está revolucionando os centros cirúrgicos, possibilitando o desenvolvimento de diagnósticos mais precisos, tratamentos personalizados e aprimorando a eficiência de diferentes procedimentos médicos.
“Os avanços tecnológicos permitiram a produção de equipamentos médicos mais modernos, como mesas cirúrgicas, monitores, mobiliário, focos cirúrgicos e instrumentos para cirurgias minimamente invasivas, que, além de serem mais eficientes, também trazem mais segurança e eficiência aos profissionais da saúde e pacientes”, informa Luciana Gutierrez, Instrumentadora cirúrgica especializada em Neurocirurgia.
No dia 6 de maio é celebrado o Dia do Instrumentador Cirúrgico, responsável por controlar os materiais imprescindíveis para a realização de procedimentos cirúrgicos. De acordo com a Associação Nacional de Instrumentadores Cirúrgicos, há cerca de 80 mil profissionais em atuação no país.
A profissão surgiu no final do século XIX, nos Estados Unidos, onde médicos cirurgiões contavam com a ajuda de enfermeiros ou assistentes para preparar e entregar os instrumentos cirúrgicos no ato de uma cirurgia. Com o desenvolvimento da medicina, as cirurgias ficaram cada vez mais complexas, com isto, se fez necessária a formação de profissionais capacitados para a instrumentação cirúrgica.
No Brasil, o projeto de lei PL 642/2007 solicita a regulamentação do Instrumentador Cirúrgico como profissional responsável durante o ato operatório, atribuindo funções e responsabilidades específicas nos procedimentos. “Nós somos responsáveis por toda a logística da sala, pela checagem, montagem e organização de todos os itens da mesa de instrumentação cirúrgica. Além disso, precisamos conhecer o passo a passo de cada cirurgia, visto que elas podem variar dependendo da especialidade do médico”, relata Luciana.
A adaptação das novas ferramentas nos Centros Cirúrgicos contribui para uma maior eficiência nas cirurgias, otimizando o trabalho de toda a equipe médica, aumentando a produtividade do hospital e tornando os procedimentos mais seguros e os resultados mais eficazes para os pacientes. “Na minha área de especialização, a neurocirurgia, uma das evoluções mais recentes é o neuronavegador, aparelho com formato de uma caneta que auxilia cirurgias cerebrais com menor invasão, através de um software que consegue unir a imagem da ressonância magnética a anatomia do paciente em tempo real, podemos dizer que é semelhante a um GPS”. Outro exemplo são os hemostáticos, aplicado diretamente durante uma cirurgia para ajudar a conter o sangramento, e, com sua modernização, permitiu um maior controle de sangramento possibilitando maior segurança e menor risco de vida ao paciente. “São os cuidados do instrumentador que garantem a diminuição dos índices de contaminação e de infecção pós-operatórias, e na redução do tempo da cirurgia”, finaliza.