De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2023 o Brasil liderou o número de casos de dengue no mundo, com 2,9 milhões registrados, sendo mais da metade de casos entre os 5 milhões registrados mundialmente. A doença é transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti, principal transmissor no Brasil e nas Américas.
O mosquito da dengue possui o corpo preto com listras brancas no tronco, cabeça e pernas, asas translúcidas, menor que os mosquitos comuns. Apresenta hábitos diurnos, que se desenvolve principalmente em áreas urbanas, casas e propriedades próximas aos humanos. O ruído que produzem é quase inaudível para os seres humanos. O macho da espécie possui corpo menor que o da fêmea e ambos se alimentam de néctar e seiva extraídos das plantas. A fêmea é hematófaga, pois se alimenta mais de sangue e a maioria dos animais vertebrados servem como fonte de repasto, porém com marcada predileção pelo homem. A fêmea apresenta uma peculiaridade chamada discordância gonadotrópica, uma vez que é capaz de picar mais de uma pessoa pelo mesmo lote de óvulos que produz. Os ovos são distribuídos em diversos criadouros, uma estratégia que garante a disseminação e conservação da espécie.
De acordo com o Informe Diário do Ministério da Saúde que é atualizado diariamente, no início de abril, os indicadores da dengue apontam 2.671.332 casos prováveis; 24.872 casos de dengue grave e de dengue com sinais de alarme; 1.020 óbitos confirmados e 1.531 óbitos em investigação.
No estado do Paraná, nas 22 regionais de Saúde, no período compreendido entre 01 de agosto de 2023 a 02 de abril de 2024 foram registradas 351.325 notificações, 159.357 casos confirmados, 140.826 casos autóctones (oriundos do mesmo local onde ocorreram) e 77 óbitos, segundo a Secretaria de Saúde do estado (SESA). As cidades com maior número de óbitos são Londrina (17), Apucarana (15) e Cascavel (8).
Medidas de prevenção tomadas pelas autoridades que cuidam da saúde das populações, muitas vezes não são suficientes para deter as doenças infecciosas causadas pelas arboviroses. É necessário que cada indivíduo tenha uma consciência ecológica e siga as medidas simples e capazes de deter doenças como a dengue.
Os dados oficiais de 2024 ainda estão sofrendo um tratamento entre notificações e casos confirmados, o que tão logo publicaremos. As medidas preventivas são as melhores e o cuidado com a infecção, buscando fazer os primeiros atendimentos pelo serviço público de saúde é o caminho mais correto para o combate a infecção.
*Vera Lucia Pereira dos Santos é Doutora em Medicina Interna pela UFPR
*Rodrigo Berté é Doutor em Meio Ambiente e Desenvolvimento pela UFPR e Pró-Reitor de Graduação do Centro Universitário Internacional Uninter.