Um estudo publicado nessa segunda-feira (8/7) pela revista JAMA Internal Medicine mostrou que pessoas que tomaram injeções de tirzepatida, componente do remédio Monjauro, perderam mais peso do que aquelas que tomaram medicações à base de semaglutida, como o Ozempic e o Wegovy.
Os pesquisadores analisaram registros eletrônicos de saúde de 18.386 adultos com sobrepeso ou obesidade entre maio de 2022 e setembro de 2023. Os participantes do estudo eram norte-americanos com idade média de 52 anos, que tinham iniciado tratamento para perda de peso com tirzepatida ou semaglutida.
O estudo mostrou que cerca de 82% do grupo que usou medicação à base de tirzepatida perdeu pelo menos 5% do peso inicial após um ano, em comparação com cerca de 67% daqueles que tomaram remédio com semaglutida.
Como as medicações agem no corpo
O especialista em endocrinologia e metabolismo pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabolismo (SBEM) Flavio Cadegiani explica que ambas as medicações são eficazes para a perda de peso, mas atuam de formas diferentes no corpo humano.
“O Ozempic atua como o GLP-1, que é um hormônio produzido nas células endócrinas do intestino, chamadas células L, e que estimula a insulina. Então, ele tem um grande poder antidiabético, além de atuar na perda de peso”, explica o doutor em endocrinologia clínica.
Já o Mounjaro, segundo o médico, age como dois hormônios: o GLP-1 e o GIP. Este último é um hormônio também produzido por células endócrinas do intestino, as chamados células K. O GIP estimula a produção do hormônio glucagon, que provoca a queima de gordura.
“O que muita gente não sabe é que o Mounjaro é mais potente para agir como GIP do que pra GLP-1, então provoca ainda mais a perda de peso do que o próprio Ozempic, já que o GIP tem ação termogênica na gordura”, revela Cadegiani.
Uso com acompanhamento
O endocrinologista destaca que o uso dessas medicações deve ser feito com acompanhamento médico. De acordo com ele, o tratamento mínimo é de 1 ano.
“O problema é que o custo desses medicamentos ainda é muito alto e, enquanto o acesso ainda não é para todos, o paciente pode tentar encontrar estratégias junto ao seu médico para administrar esse uso com maior intervalo da dose, se for possível. Mas somente com autorização e acompanhamento de um médico”, enfatiza.
Ainda de acordo com Flavio Cadegiani, é importante deixar claro que existem efeitos colaterais. “Por exemplo: em pessoas com pressão alta e que controlam com remédios, como a pessoa perde muito peso e também pela ação do medicamento em si, pode haver uma queda de pressão, causando tonturas e chance de desmaio”, aponta.
“Portanto, não é uma brincadeirinha que você sai tomando para emagrecer e pronto. Precisa ser um tratamento feito com responsabilidade quando realmente indicado a um paciente”, conclui o médico.
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ANA KAROLLINE ANSELMO RODRIGUES
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