Um dos celeiros agrícolas do país, Goiás sofre para escoar a produção em virtude da má qualidade das rodovias que cortam o estado. Segundo levantamento do Tribunal de Contas do Estado (TCE-GO), houve aumento de buraco e erosões no asfalto dos mais de seis mil quilômetros vistoriados no primeiro semestre de 2023.
Uma forma de reduzir o problema é ampliar o investimento em obras e melhorias no setor de infraestrutura — o que promete o Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). No eixo Transporte Eficiente e Sustentável, serão investidos R$ 28,3 bilhões até 2026 em Goiás. Entre as prioridades, estão as construções das pontes sobre o Rio Araguaia (BR-080/GO) e o Rio Parnaíba (BR-153/GO), o BRT que vai ligar Luziânia a Brasília e o chamado Contorno de Goiânia (BR-153).
Na avaliação do deputado federal José Nelto (PP-GO), as melhorias próximas à capital goiana e ao Entorno do DF são fundamentais para o desenvolvimento social e econômico. “Ela [obra] muda a região de Goiânia completamente, gera emprego, renda, investimentos. E o BRT vai dar mobilidade a uma população que hoje sofre com congestionamentos e falta de transporte”, ressalta.
O advogado Eduardo Sardinha, especialista em transportes, considera um “começo importante”, embora avalie que o investimento seja pequeno se considerado o tamanho da malha viária de Goiás.
“Se nós pegarmos que a malha rodoviária de Goiás, que precisa ser amplificada e melhorada, ao menos é um pontapé inicial. Esse valor, se for bem utilizado, já será de grande valia para o estado”.
Saúde e energia
Outro eixo que recebe grande parte dos investimentos do PAC em Goiás é o voltado à Educação, Ciência e Tecnologia. Serão investidos R$ 21,1 bilhões para evitar a evasão escolar, garantir a alfabetização na idade certa, retomar obras paradas e construir novas creches e escolas.
Já o eixo Transição e Segurança Energética prevê que o estado receba, até 2026, R$ 30,6 bilhões. Uma das metas do governo federal é fazer com que 80% do acréscimo da capacidade de energia elétrica no país venha de fontes renováveis.
Minha Casa, Minha Vida
Inserido no eixo Cidades Sustentáveis e Resilientes, o programa de moradia popular Minha Casa, Minha Vida prevê a entrega de 8 mil novas moradias no estado. “São moradias que dão dignidade ao cidadão. Se tornam parte do patrimônio e podem ser o início da construção de um sonho, que pode ser ampliado e modificado ao longo do tempo, com segurança jurídica garantida”, pontua o deputado José Nelto.
Nesta primeira etapa do programa, que vai beneficiar famílias com renda mensal de até dois salários mínimos, 16 cidades de Goiás serão contempladas. Entre elas, estão Águas Lindas, Caldas Novas, Luziânia e Planaltina de Goiás. As construções terão recursos do Fundo de Arrendamento Residencial (FAR), e deverão atender às novas regras estabelecidas após a retomada do programa, como proximidade dos centros urbanos, melhorias nas especificações dos imóveis, infraestrutura de qualidade, varanda e salas para biblioteca.