O superendividamento já atinge mais de 77% das famílias brasileiras, segundo levantamento da Confederação Nacional do Comércio (CNC). A maioria está afundada em dívidas que parecem impagáveis: cartões de crédito, empréstimos com juros abusivos, renegociações que só aumentam o saldo devedor. E o número só cresce: de acordo com a Serasa, mais de 75,7 milhões de brasileiros estavam inadimplentes em março de 2025, o que representa cerca de 46,6% da população adulta. Em comparação a março de 2024, houve aumento de 2,8 milhões de endividados, cerca de 3,8%. Com isso a soma das dívidas no país ultrapassam R$ 438 bilhões.
Em meio a esse cenário, a atuação de profissionais especializados em Direito Bancário tem feito diferença na vida de quem busca um recomeço. Um deles é o advogado Alexandre Sandim, que tem se destacado por oferecer orientação jurídica e reconstrução financeira com base no direito à dignidade.
“O maior erro das pessoas é procurar o banco para renegociar antes de buscar uma análise técnica do contrato. O banco tem advogados, e quem deve também precisa ter”, afirma Sandim.
Com sede no Rio de Janeiro e atendimentos realizados em todo o país, Sandim atua há mais de uma década analisando contratos bancários, renegociações e cobranças consideradas abusivas. Para ele, o problema não é apenas financeiro — é social, psicológico e jurídico. “Muita gente me procura não por estar devendo, mas por não conseguir mais viver em paz. A dívida virou um peso moral, uma vergonha. Mas não deveria ser assim.”
Escuta, estratégia e reconstrução
A abordagem utilizada por Sandim começa com escuta ativa. Em muitos casos, o primeiro momento em que o cliente relata sua situação com sinceridade é no escritório. “É comum que a pessoa endividada esconda o problema da própria família. Chega exausta, se sentindo fracassada. O primeiro passo é mostrar que ela tem direitos e que é possível recuperar o controle”, explica.
Um dos pilares do trabalho está na revisão de contratos que, segundo ele, muitas vezes são assinados sem a devida compreensão das cláusulas. “Existem contratos bancários que são verdadeiras armadilhas legais. Cheios de letras miúdas, termos técnicos e condições disfarçadas de facilidades.”
Sandim cita o caso de uma servidora pública que comprometia 86% da renda líquida com parcelas de empréstimos. Após a atuação jurídica, conseguiu reduzir esse percentual para 35% e readaptar sua vida financeira. “Ela me disse que, pela primeira vez em anos, conseguiu dormir sem remédio.”
O Judiciário e a nova lei do superendividamento
Apesar dos avanços da Lei nº 14.181/2021, conhecida como a Lei do Superendividamento, Sandim observa que sua aplicação ainda é incipiente. “O Judiciário começa a entender melhor o tema, mas ainda encontramos decisões muito técnicas e pouco sensíveis à realidade dos devedores. A lei é boa, mas precisa ser colocada em prática com responsabilidade social.”
Para ele, a mediação entre consumidores e credores deve ser fortalecida, mas sempre com respaldo técnico. “Renegociar direto com o banco, sem orientação, é como sentar para jogar um jogo de cartas com quem já sabe o que está na sua mão.”
Um problema nacional, mas invisível
Apesar dos números alarmantes, o superendividamento ainda é tratado com silêncio e constrangimento no Brasil. Isso, segundo Sandim, atrasa a busca por ajuda. “As pessoas se sentem culpadas. Acham que erraram, que falharam como provedores, pais, profissionais. E aí, em vez de procurar uma solução, se isolam.”
O advogado ressalta que a informação é uma das armas mais poderosas contra esse ciclo. “A dívida não define quem você é. É uma circunstância, e como toda circunstância, pode ser enfrentada com as ferramentas corretas. Mas ninguém deveria enfrentar isso sozinho.”
Instagram: @alexandre.sandim.adv
Site: www.sandimadvogados.com.br
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MARCELO MÜLLER
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