Doença celíaca e doença inflamatória intestinal em crianças e adolescentes
Duas doenças que acometem o tudo digestivo têm chamado a atenção e devem ser divulgadas e esclarecidas na população leiga e médica: a doença celíaca e a doença inflamatória intestinal.
Conforme explica a gastropediatra Vera Lúcia Sdepanian, presidente do Departamento de Gastroenterologia da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP), a doença celíaca é uma intolerância ao glúten, que é a principal proteína do trigo, centeio e cevada. Pode se manifestar em qualquer idade e há um amplo espectro de manifestações clínicas. “Também há grupos de risco que têm maior chance de desenvolver essa doença, como os parentes de primeiro grau de celíacos, aqueles que têm doenças autoimunes, como diabetes mellitus tipo 1, síndrome de Sjögren, artrite reumatoide, entre outras, portadores de síndrome de Down e transtorno do espectro autista etc.”, esclarece a médica.
Alguns sinais e sintomas, entre os quais diarreia, vômitos recorrentes, distensão abdominal, flatulência, dor abdominal crônica ou intermitente e constipação, segundo a especialista, merecem uma investigação mais apurada, como testes sorológicos específicos para doença celíaca. “E quando estes são positivos, deve-se confirmar a doença pelo exame de biópsia de intestino delgado, feito pela pinça da endoscopia digestiva alta”, orienta a pediatra.
“Somente após a confirmação diagnóstica, firmada de preferência por gastroenterologista pediátrico ou de adulto, é que se deve proceder a retirada do glúten da dieta, que deve ser feita durante toda a vida”, informa. Ela afirma que a dieta promoverá desaparecimento de todos os sintomas, os testes sorológicos se normalizarão, assim como a mucosa intestinal voltará a ser normal. “Dessa forma, o celíaco que faz a dieta totalmente sem glúten poderá ter qualidade de vida totalmente igual aos que não têm esta intolerância alimentar”, completa Vera Lúcia.
Já as doenças inflamatórias intestinais, que compreendem doença de Crohn e colite ulcerativa, têm se apresentado cada vez mais prevalentes na faixa etária pediátrica. “Os sintomas mais comuns destas doenças são diarreia e dor abdominal, e apresentam frequentemente perda de peso e déficit de crescimento. Também podem apresentar dores articulares, artrite, lesões oculares e de pele”, ressalta a gastroenterologista, esclarecendo que o diagnóstico das doenças inflamatórias intestinais é confirmado pelos exames de colonoscopia, endoscopia digestiva alta e/ou exames de imagem.
De acordo com a médica, o tratamento consiste em retirar o paciente da atividade da doença e depois mantê-lo em remissão da doença, utilizando-se um arsenal terapêutico de acordo com a gravidade e extensão da patologia. “Em conclusão, a saúde digestiva está intimamente relacionada com a genética do indivíduo, os fatores ambientes, como saneamento básico e alimentação, bem como fatores emocionais, como o estresse por exemplo, que podem afetar a microbiota intestinal”, conclui Vera Lúcia.
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LUCIANA RODRIGUEZ CRISTALINO
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