O primeiro turno das eleições municipais de 2024 trouxe motivo de apreensão para os verdadeiramente democratas. Por que? Quase trinta por cento do eleitorado não compareceu. Abdicou de escolher o único governante com o qual é mais fácil manter contato pessoal. O Prefeito é alguém que está na cidade em que se mora. É acessível. Não é impossível um encontro com ele. Já com o governador ou o Presidente da República, remotíssima a ocasião de conversar com qualquer deles.
Outro motivo de preocupação é que outro quase terço do eleitorado votou na surpresa e no impulso. Como escolher para gerir a cidade, alguém que não nasceu nela, que nunca se interessou pelos problemas locais, com passado surreal e situação econômica nebulosa?
Os dois fatos acarretam a necessidade de maior ponderação e prudência para o exercício do direito-dever do sufrágio no segundo turno. É preciso que o eleitor consciente supra a ausência daquele que se omitiu. Quem não se interessa pelo governo da cidade não tem o direito de criticá-la. Mas é alguém que já evidencia não amá-la o quanto deveria.
O solo em que alguém surgiu para a vida, ou que escolheu para a aventura existencial, merece respeito, consideração e carinho. A gestão pública é onipresente e interfere concretamente na vida de cada munícipe. Só posso confiá-la a alguém que tem experiência administrativa, que já mostrou à cidade seu empenho em melhorar o convívio, alguém que se condoa com a sorte dos menos favorecidos e que tudo faça para torna-los mais felizes.
Está em suas mãos entregar a cidade a quem detém condições de bem administrá-la. Pense bem antes de votar. E, se possível, convença alguém que se absteve de fazê-lo, que ao menos agora se mostre responsável pelo futuro de nossa terra.
*José Renato Nalini é Secretário-Executivo das Mudanças Climáticas de São Paulo.
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LUCIANA FELDMAN
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