Tem gente que só usa protetor solar quando o sol está “de rachar”; outros, quando o céu está nublado, nem se lembram de se proteger porque acham que o sol ‘desapareceu’. Segundo Lauren Morais, médica dermatologista e presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia – Regional Paraná (SBD-PR), a proteção deve ser feita diariamente, até mesmo em dias nublados.
“A presença de nuvens pode atenuar a incidência de radiação, mas o sol ainda está lá. Quando as nuvens são profundas e escuras (nuvens de chuva), elas bloqueiam quase que totalmente a radiação, enquanto que nuvens claras protegem muito pouco. A recomendação para os dias nublados é usar, sim, o filtro solar, principalmente no período crítico de radiação, entre 10h e 16h”, explica a especialista.
O uso diário de protetor solar é fundamental para proteger a pele dos danos da radiação solar, além de prevenir o envelhecimento e o câncer de pele.
Dados no Brasil e no Paraná
Segundo dados do Ministério da Saúde, o câncer de pele responde por 33% de todos os diagnósticos da doença no Brasil. Já a Estimativa 2023 de Incidência de Câncer no Brasil, do INCA revela números surpreendentes. São esperados aproximadamente 220,49 mil novos casos de câncer de pele por ano no triênio 2023-2025.
De acordo com informações da Secretaria Estadual da Saúde (Sesa), no Paraná, de 2023 a 2025, são estimados 9.080 casos de câncer de pele não melanoma e 610 casos de câncer de pele melanoma. Em Curitiba, 1.400 casos de câncer de pele não melanoma e 110 casos de câncer de pele melanoma.
Levei um ‘torrão’. E agora?
Se mesmo em um dia nublado, usando protetor solar, a pele ficar mais vermelha – o famoso ‘torrão’ -, é sinal de que o FPS foi aplicado errado, conforme explica a dermatologista.
“Se a pele ficou vermelha mesmo tendo sido aplicado o filtro solar, alguns erros podem ter acontecido: o FPS utilizado não foi o adequado para a pele do paciente; a quantidade de filtro aplicada sobre a pele não foi adequada; o tempo de reaplicação não foi respeitado, e o tempo de exposição foi excedido”.
Para acalmar a pele, a orientação é fazer compressas geladas de água ou de chá de camomila, evitar banhos longos e manter uma boa hidratação na região queimada.
O histórico de queimaduras solares aumenta o risco de câncer de pele, mesmo em pessoas jovens. Além disso, queimaduras solares repetidas aceleram o envelhecimento da pele.
Prevenção
Lauren ressalta que as medidas de proteção são fundamentais para diminuir as ocorrências de câncer de pele, e o uso do protetor solar é obrigatório, independente da estação do ano e se o sol está visível ou não.
“A recomendação é o uso de protetores com FPS igual ou maior que 30, diariamente, não apenas no rosto, mas em áreas que também ficam expostas como braços, pernas, pescoço e mãos, fazendo a reaplicação a cada 2h. O uso de acessórios como bonés, chapéus de abas largas, óculos de sol e roupas com proteção solar também colaboram na prevenção. E evitar a exposição solar excessiva das 10h às 16h”, acrescenta a presidente da SBD-PR.
Também é importante consultar um dermatologista regularmente para uma avaliação cuidadosa da pele, com a indicação do produto mais adequado.
“As consultas periódicas com um médico dermatologista são importantes para avaliação, principalmente para quem já teve câncer de pele. O paciente também pode observar a própria pele à procura de pintas ou manchas suspeitas”, finaliza a especialista.
Notícia distribuída pela saladanoticia.com.br. A Plataforma e Veículo não são responsáveis pelo conteúdo publicado, estes são assumidos pelo Autor(a):
Geziane de Mattos Diosti
gezianediosti@gmail.com