A proposta da PEC 6X1, que prevê o fim da escala de trabalho 6×1 e limita a jornada semanal a cinco dias, traz implicações significativas para o ambiente corporativo. Essa mudança busca alinhar a legislação trabalhista brasileira com padrões que privilegiam a qualidade de vida dos trabalhadores, mas também gera desafios para as empresas, especialmente em setores que dependem de operações contínuas.
Nara Rodrigues, mestre em Direito Empresarial e especialista em gestão financeira, explica que a alteração exige ajustes estratégicos. “Empresas que operam em horários estendidos ou fins de semana terão que avaliar a contratação de novos colaboradores para suprir a demanda nos dias de folga adicionais. Essa adaptação pode gerar aumento de custos fixos, impactando a margem de lucro, especialmente para pequenos empresários”, afirma.
Contratação, direitos trabalhistas e custos operacionais
O fim da escala 6×1 obriga empregadores a reorganizarem seus quadros de horários, ampliando a necessidade de contratações. “Empresas que dependem de turnos ininterruptos, como no varejo e em indústrias, precisarão de reforço no quadro funcional, o que impacta diretamente a folha de pagamento e os custos relacionados, como encargos trabalhistas e benefícios”, destaca Nara Rodrigues.
Por outro lado, a mudança também traz benefícios em termos de conformidade com padrões internacionais de direitos trabalhistas. A redução da jornada pode melhorar a produtividade dos funcionários, que tendem a apresentar maior bem-estar e engajamento. Contudo, a especialista alerta: “Esses ganhos só serão perceptíveis com planejamento adequado e equilíbrio entre a demanda operacional e a força de trabalho disponível”.
Empresários devem ainda observar os impactos nos lucros. Setores que dependem de altos volumes de mão de obra, como o alimentício e de serviços, podem sentir mais dificuldade em ajustar os custos às novas exigências legais. “É essencial realizar análises de viabilidade financeira e buscar soluções criativas, como a adoção de tecnologias que aumentem a eficiência”, sugere Nara Rodrigues.
A PEC 6X1 também reacende discussões sobre o funcionamento em finais de semana e feriados, exigindo que empresas que operam nesses períodos revisem contratos e políticas internas. Para a especialista, “essa adaptação pode ser encarada como uma oportunidade para repensar processos e equilibrar demandas com estratégias mais modernas de gestão de pessoas”.
Com debates ainda em andamento, é fundamental que os empresários acompanhem de perto a tramitação da PEC 6X1 para se preparar para os possíveis cenários e garantir a sustentabilidade de seus negócios no novo contexto tributário.
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MARIA JULIA HENRIQUES NASCIMENTO
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