Para marcar as 50 lives realizadas pelo economista brasileiro Bruno Corano, que mora em Nova York (EUA), o entrevistado foi especial. Ele falou com Diogo Mainardi, nesta terça-feira (10) sobre os impactos da política na sociedade, já que Mainardi é especialista no tema.
Com um pouco de atenção, é possível perceber que Mainardi, que mora em Veneza, na Itália, há décadas, falou com um leve sotaque italiano, sobre jornalismo, livros, política e o motivo de não querer voltar ao Brasil.
Mainardi, apesar de ter feito grandes entrevistas e criado o Antagonista, não tem formação acadêmica em jornalismo. Por isso se considera um “palpiteiro”. “Entrei no jornalismo porque precisava de mais um emprego para cuidar do meu filho. Minha relação com o jornalismo é mercantil. Sou “escritor”, disse. Um dos filhos de Mainardi foi vítima de erro médico e tem paralisia cerebral.
Ele teve uma coluna na Veja em que escrevia sobre Cultura. Mas em 2002, percebia o que estava por vir, na política. Era Lula, que um ano depois assumiria a Presidência do Brasil. Mainardi o chamou de “retrógrado”, entendia que se tratava de um governo com palavras de ordem que remetiam à década de 50, e passou a abordar esse assunto, mas do ponto de vista cultural.
Em 2013, também precisando de mais recursos para cuidar do filho, aceitou o convite de Lucas Mendes, que o chamou a integrar o Manhattan Connection, programa em que segue como um dos apresentadores até hoje. “Pretendo ficar no programa até o fim. Não aguento mais o jornalismo. Estou no MC também por conta do clima familiar”.
Em 2010, Mainardi abandonou o jornalismo. Mas quando explodiu a Lava Jato, em 2014, estava desempregado e criou O Antagonista. O portal era contra o petismo, mas, também, contra o Bolsonarismo.
Esses assuntos, juntamente com os temas sobre os integrantes do Supremo Tribunal Federal, o deixaram cansado da cobertura.
Segundo Mainardi, ele foi perseguido pelo governo Lula, na época, e sofreu uma perseguição judicial, “que é como eles faziam na época e fazem até hoje, usam procuradores e promotores. E havia o silêncio conivente do resto da imprensa, que queria me ver ‘ferrado’, porque era muito lulista, e continua sendo”.
Além disso, ele detalhou, na live, que sofreu censura, na Crusoé, do ministro do Supremo Tribunal Federal Dias Toffoli e do ministro Alexandre de Moraes. “Enfrentei todo o tipo de intimidação. Mas o que mais me espantou foi a covardia do empresário brasileiro, sempre dependente do governo. Acovardado, cortava o patrocínio”.
Por tudo isso, Mainardi não quer nem ouvir falar na profissão. “Não tenho mais idade para isso. Eu ouço falar de Pablo Marçal (candidato à Prefeitura de São Paulo pelo PRTB) mas não consigo me interessar o suficiente para me informar a respeito dele, apesar das críticas que vejo”.
Hoje, Mainardi se dedica a finalizar seu próximo livro. Mas já adianta. Não virá ao Brasil para o lançamento.
A entrevista pode ser vista no Instagram @brunocorano
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NEIDE LIMA MARTINGO PEREIRA
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