Em todo mês de março, a chegada do Dia Internacional da Mulher faz com que os olhos se voltem à história e ao que ela conta, com os incidentes e protestos nas primeiras décadas do século XX que fizeram eclodir movimentos organizados em diversas partes do mundo.
O motivo da data é relembrado em todos os anos, trazendo os protestos das mulheres russas contra o Czar regente na época, ocorridos no dia 08 de Março, em busca de pão e paz, devido aos problemas causados pela Primeira Guerra Mundial.
Apesar do apelo internacional com a data, ainda é difícil vê-las em situação de maior destaque em áreas como empresas e gestão de negócios. De acordo com a empresária da área de tecnologia, Cristina Boner, “Por mais que haja toda essa comemoração e homenagens, a verdade é que poucas mulheres conseguem crescer no empreendedorismo. Dessa forma, podem existir centenas de comemorações do dia 08, mas alguns cenários continuarão sem muitas perspectivas de mudanças iminentes. Um deles é justamente o dos negócios. Para uma mulher crescer nessa seara, ela precisa de muito esforço. Algumas vezes, é compreensível que elas possam desistir, parece que não vale a pena, e o mundo perde uma possível inovadora”.
Com base nessa dificuldade que as mulheres sentem, o Governo Estadual do Rio de Janeiro sancionou a lei de que o mês de novembro será em homenagem às mulheres empreendedoras, visando maior suporte e mais ajuda, com workshops, palestras e rodadas de negócios.
A lei foi homologada no último mês de novembro e celebra um período que já existe em outros lugares, além de contemplar a data de 19 de novembro, reconhecida, pela ONU (Organização das Nações Unidas), como o Dia Mundial da Mulher Empreendedora. Esse dia teve sua oficialização há 10 anos, em 2014.
De acordo com o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), o estado do Rio é o que mais possui empreendedoras no Brasil, junto do Ceará, com 38% de sua população, enquanto a média nacional é de 34,4%. Do estado, 53% das empreendedoras são chefes de família.
Em relação ao País, 9,1% das empreendedoras são fluminenses, dado explicado pela relação populacional com o líder desse ranking, sendo o estado de São Paulo.
Para Boner, a criação dessa lei pode ajudar, mas precisa de bastante apoio e ações realmente efetivas. “É claro que dar a devida atenção às mulheres é importante, mas precisa ser tudo muito bem feito. Não adianta uma lei sancionada que anos depois pouco será visto sobre ela ou seus frutos. Por ser nova, eu espero que o caminho trilhado seja muito bem planejado e que, nos anos futuros, possamos ver cases de sucesso vindo desse tipo de programa. O ideal mesmo seria que o incentivo fosse nacional, mas o peso do Rio de Janeiro nas decisões federais pode fazer com que isso aconteça num futuro próximo”, complementa a empresária.
Na ocasião em que a lei foi sancionada, o governador enfatizou que “As mulheres merecem respeito e homenagens o ano inteiro. Mas, em novembro, vamos jogar luz nas guerreiras empreendedoras que batalham para transformar as vidas de suas famílias e que inspiram outras mulheres a seguirem pelo mesmo caminho de sucesso”. O programa contemplará, de início, oito cidades.
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