A partir desse mês, municípios goianos vão oferecer contraceptivo injetável para mulheres. Conhecido no mercado como Cyclofemina, o medicamento foi incluído na lista de medicamentos oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em 2022.
Segundo a gerente de assistência farmacêutica da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás, Viviane de Cassia Troncha Martins, após o recebimento dos lotes pelo Ministério da Saúde, a distribuição do medicamento vai ser realizada pela SES-GO através das 18 regionais de saúde do estado.
“Essas regionais encaminham para os seus municípios jurisdicionais. E depois os municípios encaminham para suas unidades onde realizam o atendimento a essas mulheres do Programa da Saúde da Mulher”, diz.
A gerente ainda explica como as mulheres devem ser contempladas com o medicamento. “A mulher em idade fértil deve procurar uma unidade de saúde mais próxima da sua residência ou onde ela for referenciada. Tem alguns municípios que realizam o agendamento de consulta, nesse sentido ela vai até uma unidade ou fluxo estabelecido pelo município para ter acesso a uma avaliação, se ela pode ser inserida ou não na prescrição”, explica.
Para a médica ginecologista e obstetra Marcelle Domingues Thimot, a diversificação de opções podem ajudar a aumentar o uso de anticoncepcionais.
“Aumentar as opções dos métodos disponíveis automaticamente aumenta a adesão das mulheres da família à contracepção, prevenindo casos de gestações indesejáveis e promovendo, ainda, o planejamento familiar. É importante também lembrar que os métodos contraceptivos não têm apenas a função de evitar gestações, diversas doenças ginecológicas, seus sintomas, controle de sangramentos uterinos aumentados, controles de cólicas podem ser tratados e controlados por meio de métodos contraceptivos”, explica.
A médica ginecologista e obstetra destaca os benefícios do uso do anticoncepcional injetável.
“Os contraceptivos injetáveis são injeções aplicadas mensalmente ou a cada 3 meses. Eles agem como depósito de hormônio, então já ingere uma quantidade de hormônio que vai sendo liberado aos poucos na corrente sanguínea. Sem falar dos outros efeitos, como redução de eficácia pelo uso de outras medicações ou redução de eficácia por situações como diarreia e vômitos, não ocorrem quando em uso do método contraceptivo injetável. Então, é um método também muito bom, por exemplo, para mulheres que estão amamentando, meninas adolescentes, porque tem um fator de esquecimento e com o anticoncepcional injetável não teria essa questão”, afirma.
Segundo levantamento do Instituto Ipsos com a multinacional farmacêutica Organon, mostra que o método contraceptivo mais utilizado pelas brasileiras é a pílula oral (58%), seguido do preservativo (43%). Na sequência, vem o DIU de cobre (8%) e a injeção mensal (6%). A contracepção natural — tabelinha, coito interrompido e temperatura corporal — é o recurso de 6% das mulheres entrevistadas e a laqueadura, de 4%.