Recentemente, a prisão de uma figura pública por envolvimento em apostas trouxe à tona uma questão preocupante: o crescimento de um novo tipo de transtorno obsessivo-compulsivo relacionado à jogatina. De acordo com o psicólogo Alexander Bez, essa nova “pandemia” é marcada pelo comportamento compulsivo que leva ao comprometimento da saúde financeira dos jogadores.
“Apostar em jogos online é muito mais que uma simples infração legal. Trata-se de uma armadilha psicológica que provoca um delírio de ganho fácil, levando a uma autossabotagem financeira,” afirma Bez. Segundo ele, a subtração monetária não é imposta apenas pelo jogo, mas pela própria vítima, iludida pela promessa de recompensas imediatas.
Bez adverte que comparar essas apostas aos cassinos tradicionais é um erro. “Nos cassinos, ainda há uma experiência turística, com viagens e entretenimento. Já as apostas online são o verdadeiro ‘apocalipse da economia pessoal’, levando os jogadores a um colapso financeiro e ao acúmulo de dívidas sem precedentes.”
O psicólogo também ressalta os efeitos devastadores dessas apostas sobre a vida cotidiana dos jogadores. “Além de comprometer toda a renda mensal, esse tipo de comportamento faz com que os indivíduos deixem de cumprir suas obrigações financeiras básicas, como o pagamento de contas e até a compra de alimentos. Esse desvio de recursos é o que caracteriza essa nova forma de transtorno obsessivo-compulsivo.”
Bez ainda aponta que as celebridades que promovem ou se associam a apostas online devem ser responsabilizadas. “Essas pessoas, ao incentivar esse tipo de jogo, estão cientes dos danos que ele provoca. A punição deve servir como exemplo, principalmente diante do conhecimento prévio sobre os riscos e a manipulação psicológica envolvida.”
O caso revela uma questão urgente que vai além: o impacto das apostas online sobre a saúde mental e financeira de milhares de pessoas, agravando uma crise silenciosa que exige atenção e medidas rigorosas.
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MARCIA ROSANE STIVAL
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