Nos últimos anos, o Ceará vem se consolidando como um dos estados mais promissores do Brasil quando o assunto é governança corporativa. O que antes era um tema restrito a grandes empresas do eixo Rio-São Paulo, hoje é um dos pilares de gestão das companhias cearenses que buscam crescimento sustentável, acesso a novos mercados e valorização no cenário nacional.
Historicamente conhecido por sua força no comércio, turismo e agronegócio, o Ceará passou a investir, com mais intensidade, na profissionalização da gestão empresarial. Essa mudança se deu, em grande parte, por conta da crescente presença de empreendedores com formação sólida, experiência internacional e visão estratégica, aliados a consultorias especializadas, centros de capacitação executiva e parcerias com instituições como a Fundação Dom Cabral, FGV e Sebrae.
O resultado foi o surgimento de uma cultura empresarial baseada em transparência, prestação de contas, responsabilidade corporativa e ética nos negócios – os quatro pilares da governança corporativa.
Empresas cearenses vêm sendo reconhecidas em premiações nacionais por suas práticas de governança. Veja alguns exemplos:
Grupo J. Macêdo: Uma das maiores indústrias de alimentos do país, a J. Macêdo tem sede em Fortaleza e é considerada um case de governança, com estrutura de conselho de administração atuante, auditoria independente, política de sucessão e um robusto código de conduta ética.
Grupo Edson Queiroz: Controlador de marcas como Minalba, Nacional Gás e Esmaltec, o grupo já adotava práticas de governança antes mesmo de serem exigidas por órgãos reguladores. Hoje é exemplo de equilíbrio entre governança familiar e profissionalização da gestão.
M. Dias Branco: Listada na B3 (Bolsa de Valores), a companhia é uma das maiores do setor de alimentos do Brasil. Sua governança corporativa inclui comitês de auditoria, risco, compliance e um conselho com membros independentes, assegurando decisões estratégicas com foco em perenidade.
Casa Bernutty Co.: Atuando no setor de vinhos, a empresa incorporou práticas de governança mesmo como distribuidora butique. Além da estrutura de conselhos consultivos, adota indicadores de desempenho, políticas claras de compliance e ações de capacitação para os colaboradores e parceiros. Isso vem gerando reconhecimento nacional e facilitando sua expansão para mercados mais exigentes como São Paulo.
Interactiva Networks do Brasil e Bernutty Technology: No setor de tecnologia, a Interactiva é exemplo de empresa de médio porte que adotou governança como diferencial competitivo. Seus processos de auditoria de TI, governança de dados e relatórios de desempenho técnico-financeiro são utilizados como benchmark por outras companhias do setor.
O Ceará também conta com um ecossistema que estimula a boa governança. A atuação do Governo do Estado e da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC) tem sido crucial para fortalecer essa agenda. Programas como o “Empreender Mais Simples”, incentivos fiscais para empresas com boas práticas de gestão e o fortalecimento de polos de inovação como o Hub de Inovação do Nordeste (Hubine), fazem do estado um ambiente propício à excelência corporativa.
A adoção de práticas de governança tem impactos diretos na atração de investimentos, na valorização de marca, na mitigação de riscos e na longevidade dos negócios. Com uma geração de novos empresários cada vez mais consciente da importância da gestão transparente, o Ceará surge como um novo polo de empresas bem administradas, éticas e resilientes.
Com isso, o estado não apenas reforça sua vocação empreendedora, mas também pavimenta o caminho para um futuro mais sólido, conectado com as boas práticas globais e comprometido com a sustentabilidade dos negócios e o desenvolvimento social, aponta Loredan Bernutty, economista e empresário cearense.
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SERGIO MAURICIO DOS SANTOS FEITOZA
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