Destaque no stand up comedy e nas mais diversas formas do humor, a carioca de 40 anos Ana Carolina Sauwen revela pela primeira vez ao público um outro lado: a melancolia da literatura. Tornando-se mãe de seu primeiro filho durante a pandemia, a artista escreveu o livro de poesias “A Mãe Desse Livro Não Sou Eu”, enquanto encarava as dores, delícias e questionamentos da maternidade, como a impossibilidade da presença na mãe, a dor da amamentação e a descoberta da imensidão do amor, através de imagens cotidianas. O projeto estará disponível nas principais livrarias a partir desta quinta-feira (1).
A arte de ir do humor ao pranto – “Acredito que só quem consegue ir muito fundo na dor, consegue também ir no máximo do humor. Os dois estados estão intimamente ligados”, afirma a artista, que apesar de ser reconhecida pela comicidade, conta que já escrevia ares dramáticos desde a infância.
A poesia foi o alívio para um puerpério doloroso – Os primeiros meses da maternidade de Ana não foram fáceis. Tendo seu primeiro filho durante a pandemia e, por isso, sem rede de apoio, a atriz também encarava a deterioração da saúde mental de seu pai. “Éramos realmente só eu e o meu marido dando conta das demandas de casa e de um recém nascido”. Foi então que a escrita, que já era um hábito desde a infância, tornou-se uma forma de alívio e desabafo.
“A poesia me salvou muitas vezes, organizou os sentidos, secou feridas. Os poemas se desenhavam na minha cabeça enquanto eu amamentava, limpava fraldas, preparava comida, botava meu filho pra dormir”. A princípio, a intenção não era publicar, no entanto, Ana percebeu que a obra poderia ajudar outras mães a traduzir esse turbilhão de sentimentos vivido na maioria das vezes, de forma solitária.
Mais um livro a caminho – Além de seguir no stand up comedy e no audiovisual e ser fundadora e atriz dos grupos “Bando de Palhaços” e “Las Panamericanas”, Sauwen conta que pretende lançar mais um livro em breve. Desta vez, reunindo poemas de amor. “‘Todos Seus’ trará textos que escrevi ao longo da vida para diversas pessoas. Estou revisitando, reescrevendo, consertando esses textos”.
A artista também está se dedicando a um texto de um espetáculo solo sobre maternidade. “Um trabalho em que eu possa explorar muita comicidade e também aprofundar toda a dor desse momento em uma experiência de prazer e cura para as mães”.
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NATALIE IGGNACIO VASCONCELOS
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