Quando o manejo não é bem-sucedido ou inadequado, é possível observar clinicamente um aumento na incidência de problemas genito-urinários em fêmeas. Andréa Silvestrim, gerente técnico comercial Latam da Trouw Nutrition, explica que a infecção do trato urinário em porcas é um dos desafios sanitários que mais causam problemas reprodutivos nas granjas, especialmente nos últimos anos, com o aumento da prolificidade e do número de leitões nascidos vivos. Esse conjunto de fatores inadequados no manejo das matrizes resulta em taxas elevadas de descarte, perdas reprodutivas e maior mortalidade entre as fêmeas, além de gerar custos adicionais de reposição e tratamento terapêutico.
“Infecções no aparelho genito-urinário são patologias graves que podem se manifestar de várias formas, incluindo cistite severa, que pode levar ao aborto, microaborto na primeira semana e menor número de leitões nascidos. Essas infecções impactam negativamente a produtividade das granjas”, alerta Andréa.
Uma das principais causas dessa enfermidade é o baixo consumo diário de água, aliado à baixa qualidade da água fornecida. Segundo a Embrapa, as porcas devem ter acesso livre a água de boa qualidade, com temperatura inferior a 20°C. A quantidade de água ingerida varia conforme a fase da vida da porca: durante a gestação, o consumo diário ideal é de 18 a 20 litros, enquanto, no pico de lactação, uma fêmea deve consumir entre 40 e 42 litros de água por dia. No entanto, Andréa Silvestrim destaca que, em visitas a propriedades, foi observado que fêmeas em lactação estavam consumindo apenas entre 15 e 18 litros de água, um volume insuficiente para uma fêmea com uma média de 15 leitões em lactação. Esse é um dos principais fatores que contribuem para o surgimento dessa anomalia.
“É essencial monitorar a quantidade e a qualidade da urina das porcas através do método de urinálise, um procedimento que nos mune de informações relevantes, como a prevalência de infecção urinária no rebanho, analisando se a urina é límpida ou turva, a presença de cistite (identificada por algo semelhante a pó de giz na vulva), dificuldade de micção ou presença de sangue. Essas infecções podem levar a aborto, anestro (falta de cio), descargas vulvares com pus e à Síndrome MMA (Mastite, Metrite e Agalaxia), resultando em uma perda econômica significativa”, ressalta a gerente da Trouw Nutrition.
Para identificar o problema, é recomendado submeter as granjas o procedimento de análises da urina, ou seja, a urinálise, como o POP (Teste de Urina), que examina a urina no próprio local de forma visual e envia possíveis amostras para análise laboratorial (microbiológica) visando a detecção da presença de patógenos na urina das fêmeas. “As amostras são fáceis de coletar, o desafio está na interpretação. Essa tarefa deve ser confiada a especialistas que entendem do assunto, como a equipe da Trouw Nutrition, que trabalha na interpretação dos resultados para identificar e corrigir problemas, reduzindo o uso de antibióticos tanto em animais de reprodução quanto de produção”, completa a especialista.
A utilização de ácido orgânico como o Selko® AlpHa na água de bebida, em doses específicas e adequadas, é recomendada pelos especialistas da empresa. Esse produto estimula o consumo de água, gera maior bem-estar da fêmea e minimiza as infecções por bactérias patogênicas, em especial as Gram-negativas. Além disso, quando associado a um blend de ácidos orgânicos de cadeia curta e média na ração (Selko Selacid GG), modulam a microbiota de forma mais ampla com redução das necessidades de defesa, alterando positivamente o status sanitário.
Além dos cuidados com o consumo de água, é importante que o produtor esteja atento a ambientes sujos e úmidos, à baixa imunidade e ao escore corporal das fêmeas. Garantir boa nutrição, limpeza do ambiente, locais secos e bem-estar são os principais pontos de partida, contudo, nosso maior foco é a tomada de prevenção para o plantel da granja.
A análise da água é fundamental. Identificar e realizar análises clínicas das fêmeas para corrigir esses problemas é parte essencial das medidas preventivas. “A detecção precoce de infecções facilita o tratamento e reduz o uso de antibióticos. O uso de acidificantes também contribui para melhor produtividade, bem-estar animal, consumo de ração e condição corporal, por exercerem papéis essenciais no trato gastrointestinal como a redução ou controle do pH, efeito antimicrobiano, melhorar a digestibilidade e absorção de nutrientes”, finaliza Andréa Silvestrim.
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RAPHAELA CANDIDO COUTINHO
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