A rotina de Luís João da Silva, de 75 anos, conhecido por ser um idoso sempre ativo e cheio de disposição, mesmo após a aposentadoria, mudou de forma repentina durante uma de suas muitas tarefas do dia a dia. Enquanto fazia ajustes em uma parede recém-erguida por um pedreiro, a estrutura cedeu e desabou, provocando uma fratura no fêmur. O acidente marcou o início de uma nova fase, envolvendo cirurgia, internação e um processo cuidadoso de reabilitação.
Infelizmente, histórias como essa não são raras. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), até 35% das pessoas com mais de 65 anos sofrem quedas anualmente, e esses acidentes são responsáveis por 45% das mortes de idosos relacionadas a lesões. Na maioria das vezes, elas ocorrem dentro de casa, no ambiente onde o idoso deveria se sentir mais seguro.
Casos como o de Luís reacendem o debate sobre a importância da reabilitação geriátrica e acompanhamento individualizado e humanizado. O fisioterapeuta Alexandre Peres, que atua há mais de 15 anos com foco em idosos, explica que o sucesso da recuperação está além da técnica: “Com idosos, não se trata apenas de fortalecer músculos, mas de restaurar a autonomia, o equilíbrio emocional e a confiança”, afirma.
Segundo ele, as fases iniciais da reabilitação costumam focar em mobilidade suave, prevenção de complicações como trombose e estímulo à circulação. Conforme o progresso do paciente, entram em cena treinos de marcha, equilíbrio e fortalecimento dos membros inferiores — sempre respeitando os limites do corpo e promovendo encorajamento constante.
Outro ponto essencial, segundo o especialista, é o ambiente doméstico. Ele defende que a fisioterapia precisa dialogar com a realidade do paciente e considera as adaptações no lar uma extensão do cuidado. “Uma casa segura é parte fundamental do tratamento”, destaca.
Vitórias que não cabem em prontuários
Para Luís, os avanços foram além do físico. “No começo, fiquei assustado e achei que nunca mais iria andar sozinho. Mas com apoio e estímulo, percebi que era possível ir além”, conta. Após alguns meses, ele voltou a se locomover com independência e, mais importante: voltou a se sentir seguro e dono da própria história.
Alexandre ressalta que o maior desafio com pacientes idosos está na escuta. “Cada história é única. Quando o paciente sente que está sendo visto e respeitado, ele se entrega ao processo”. E finaliza: “O envelhecimento não precisa ser sinônimo de perda. Com os estímulos certos, ele pode ser um período de redescoberta e autonomia”.
Sobre
Alexandre Peres é fisioterapeuta especializado na saúde do idoso, com formação pelo Instituto Municipal de Ensino Superior de Catanduva (IMES-SP) e atuação no Brasil e na Austrália. Com mais de duas décadas de experiência clínica, desenvolveu uma abordagem integrativa e personalizada, especialmente voltada para pacientes com comorbidades complexas e limitações funcionais.
Na Austrália, onde reside, atua em serviços de cuidado domiciliar com foco em reabilitação geriátrica, aplicando protocolos que aliam técnica, empatia e promoção da autonomia. Sua prática é reconhecida por resultados significativos na melhora da qualidade de vida de idosos, na prevenção de quedas e na redução de internações. Também mantém constante atualização em áreas como fisioterapia respiratória, ortopédica e neurológica, reforçando seu compromisso com tratamentos humanizados e baseados em evidências.
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Kaísa Christina Romagnoli
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