Na Semana de Mobilização Nacional para Doação de Medula Óssea, de 14 a 21 de dezembro, a Abrale – Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia promove a orientação de doadores e pacientes, destacando a importância desse gesto de solidariedade para salvar vidas e transformar o tratamento de doenças graves do sangue.
Impacto do transplante no Brasil
De acordo com dados do Observatório de Oncologia, entre 2019 e 2023, foram realizadas 12.809 hospitalizações para transplante de medula óssea (TMO) no Brasil, com uma taxa de mortalidade de apenas 3,1%. A maioria dos pacientes submetidos ao procedimento era de raça/cor branca (57,8%), do sexo masculino (56,8%) e com idade entre 40 e 59 anos (34,9%).
Entretanto, desafios permanecem, segundo o levantamento, feito a partir de dados abertos do Ministério da Saúde e publicado em outubro de 2024:
Pacientes com 60 anos ou mais apresentaram maiores chances de óbito;
Internações superiores a duas semanas foram predominantes em crianças de até nove anos, o que reforça a necessidade de apoio psicológico e logístico para as famílias e para as instituições hospitalares;
TMOs alogênicos (relacionados e não relacionados) estão associados a tempos de internação mais longos, o que demanda estrutura hospitalar robusta.
Apesar desses desafios, o procedimento continua a ser uma das opções terapêuticas mais eficazes e promissoras para diversas condições, como leucemias, linfomas e mielomas.
“Os dados mostram o impacto positivo do transplante de medula óssea na vida de milhares de pacientes, com baixas taxas de mortalidade e uma chance real de cura. Nossa missão é ampliar o acesso a esse procedimento e conscientizar a sociedade sobre a importância de se tornar um doador”, ressalta a CEO da ABRALE, médica sanitarista Catherine Moura.
“Precisamos garantir que as estruturas hospitalares estejam preparadas para atender às demandas do transplante, especialmente em casos de longa internação, que são desafiadores para pacientes e familiares, principalmente as crianças”, acrescenta.
Como se tornar um doador
Tornar-se um doador de medula óssea é simples:
Procurar o hemocentro mais próximo com um documento de identidade;
Realizar uma coleta de sangue (10 ml) para cadastro no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (REDOME).
Ao se cadastrar, é fundamental manter os dados atualizados para facilitar o contato caso seja identificado como compatível com algum paciente.
Com a campanha durante a Semana de Mobilização, a Abrale busca ampliar o número de doadores e promover a conscientização sobre os desafios do transplante de medula óssea. Mais informações estão disponíveis no portal da Associação.
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LEANDRO ANTONIO FERRARI ANDRADE
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