Entra ano e sai ano, nós acompanhamos um grande volume de notícias falsas divulgadas na internet, questionando a lisura do sistema eleitoral brasileiro. O Instituto Locomotiva divulgou, no mês de abril, os resultados de uma pesquisa de opinião em que 90% dos entrevistados admitiram ter acreditado em notícias falsas. Em específico as eleições, o TSE chama a atenção que dentre as desinformações mais disseminadas no ambiente on-line estão: a fraude eleitoral, a adulteração de votos, contagem fraudulenta de votos, violação das urnas eletrônicas, etc. Objetivo delas é bem claro, contaminar o comportamento dos eleitores e eleitoras, semeando a desconfiança sobre o sistema eleitoral. Porém, felizmente, outras pesquisas de opinião divulgadas na imprensa mostram que a confiança do eleitorado nas urnas vem crescendo.
É importante que o combate contra a desinformação on-line seja contínuo e faça parte da educação digital do usuário da internet, pois vivemos em uma sociedade digital em que buscamos rotineiramente informações no ambiente on-line. Este tem sido o entendimento da Justiça Eleitoral e de setores da sociedade civil organizada. O TSE organiza amiúde testes públicos das urnas, dando a oportunidade para especialistas testarem o sistema contra as possíveis fraudes. Neste ano, o Teste de Confirmação do Teste Público de Segurança (TPS) do Sistema Eletrônico de Votação ocorreu, em maio passado, em paralelo com o teste de autenticidade dos sistemas eleitorais e o de integridade das urnas em condições normais de uso. Os resultados indicaram que as urnas eletrônicas são seguras e confiáveis contra fraudes eleitorais.
Correlato a esses testes também é indispensável à manutenção de campanhas de conscientização sobre a segurança e a confiabilidade do processo eleitoral. Nesse quesito, a Justiça Eleitoral vem alertando que a urna não pode ser hackeada porque não é conectada à internet. Além disso, informa que todos os sistemas são testados em parceria com representantes da sociedade, e que a apuração e a totalização dos resultados são auditáveis e acompanhados por representantes dos partidos políticos, observadores nacionais e internacionais, e pela imprensa.
O fato é que o sistema eleitoral brasileiro tem se mostrado bem-sucedido, e as urnas eletrônicas garantem eficiência tanto no exercício do voto quanto na apuração final. Você em poucos cliques no teclado da urna tem o seu voto computado em poucos segundos. Isso elimina o penoso preenchimento da cédula de papel e a contagem manual. Diminui o número de pessoas e a logística envolvida na apuração e na contagem final dos votos. Hoje, em poucas horas, o resultado final é divulgado. O que não ocorreu, por exemplo, na eleição de 1989, em que a apuração foi manual e levou uma semana para se divulgar o resultado do primeiro turno.
Mas de nada valem esta segurança e a confiabilidade das urnas eletrônicas para o sistema eleitoral se não forem acompanhadas do comprometimento dos mais de 155 milhões de eleitores aptos a votar no país. É importante que defina o seu voto de modo consciente e bem-informado. Se receber uma informação e tiver dúvidas da veracidade dela, cheque. E, se for mentira, denuncie no Disque-Denúncia SOS Voto.
*Artigo assinado por Doacir Gonçalves de Quadros, Professor de Ciência Política e do Programa de Pós-graduação em Direito – Mestrado Acadêmico do Centro Universitário Internacional – UNINTER.
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VALQUIRIA CRISTINA DA SILVA
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