Em 2024, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação destinou R$ 12,7 bilhões do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) para fortalecer a ciência brasileira. Os recursos superam os investimentos entre 2020 e 2022, que somados pelo período não chegaram a R$10,5 bilhões. Entre os institutos contemplados pelos recursos está o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), que, através de um acordo de cooperação, beneficia mais de 15 instituições de pesquisa federais das mais diversas áreas vinculadas e presentes em vários estados brasileiros. Com isso, o CBPF depende de expertise para transportar uma variedade de materiais pra desenvolver as pesquisas, desde equipamentos de alta precisão até substâncias químicas e radioativas.
A logística é a engrenagem que conecta os diferentes pontos da cadeia complexa e delicada da pesquisa científica e tecnológica, garantindo que equipamentos, materiais e insumos cheguem aos laboratórios em tempo hábil e com segurança. “”A pesquisa de preços de frete e a análise prévia da documentação de embarque, realizadas pela equipe da B&A Logística, contribuem para a contratação do melhor frete pelo menor custo possível, além de garantir que a carga chegue ao Brasil com a documentação em conformidade com as exigências das leis que regem o Comércio Exterior. Dessa forma, facilita-se a liberação em curto prazo, resultando em uma redução significativa dos custos de importação e possibilitando que o pesquisador receba sua compra no menor tempo possível”, explica Bárbara Martins, Analista do setor de Importação do CBPF.
Desafios e soluções na logística científica
Há sete anos a B&A Logística Internacional venceu o processo licitatório e tornou-se responsável pela logística de equipamentos e insumos de todos os laboratórios vinculados ao CBPF. “Os desafios são muitos, pois, na maioria das vezes, são materiais sensíveis ou perigosos, e o manuseio sempre requer muita atenção”, relata Valeria Barbosa, CEO da B&A Logística Internacional.
Um dos trabalhos da B&A Logística foi para a pesquisa “Intercomparação de fontes radioativas em equipamentos médicos”, desenvolvida pelo Instituto de Radioproteção e Dosimetria (IRD). “Foram enviadas 14 fontes para 14 laboratórios no mundo para que fossem feitas analises da radioatividade liberada aos pacientes durante a realização de exames, pois os pacientes precisam receber doses certas de radiação, nem mais nem menos para a eficiência do exame e para não causar prejuízo a saúde. Uma carga radioativa, que precisou de transporte e manuseio especial em 14 pontos diferentes do mundo”, detalha Valeria Barbosa.
A B&A também garantiu a chegada de equipamentos essenciais para a pesquisa brasileira, como o relógio atômico, um instrumento crucial para diversas áreas da ciência e tecnologia. “A presença desse equipamento em território brasileiro significa a autossuficiência em diversos aspectos dos setores, reduzindo a dependência de tecnologia internacional”, afirma Valéria.
Outro trabalho recente foi a importação dos equipamentos para atualizar o Supercomputador Santos Dumont, do Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), em Petrópolis. Adquirido pelo LNCC através de um contrato de financiamento pela Petrobras, os equipamentos tiveram um custo de US$ 19,4 milhões. E, para atender todas as especificidades da carga e exigências do seguro internacional contratado, foram necessários 11 meses de trabalho desenvolvido pela B&A Logística Internacional, que entregou com segurança e íntegras as cerca de 20 toneladas de equipamentos, que foram importadas da França. “Com os novos equipamentos, o Santos Dumont passou para a posição 89 na lista do TOP500 de supercomputadores mais poderosos do mundo, além de garantir a classificação do supercomputador como o mais poderoso da América Latina para pesquisa acadêmica, usado para processamento de cálculos complexos, tarefas extensas e com grandes volumes de dados”, revela Valeria Barbosa.
Para garantir a segurança e a integridade dos materiais, a B&A adota protocolos rigorosos. “Trabalhamos sempre dentro das normas regulamentadoras e com parceiros que também entendam da natureza de cada equipamento”, afirma Valéria. A empresa segue as normas de regulamentação de transportes internacionais (IATA) e possui seguros para todas as cargas. Além disso, as cargas são rastreadas durante os voos e todos os transportes são segurados desde a saída da fábrica no país de origem.
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CHRISTIANE PEREIRA COELHO
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