A maturidade em segurança do trabalho tem se tornado um fator decisivo para empresas que buscam, não apenas reduzir riscos, mas impulsionar a sua lucratividade. Investir em medidas preventivas, promover a cultura de segurança e alinhar estratégias com as melhores práticas de proteção aos trabalhadores pode resultar em ganhos financeiros e reputacionais para as organizações.
Segundo o Ministério da Previdência Social, apenas em 2023, foram registrados 651 mil acidentes de trabalho no Brasil. Desse total, 83 mil resultaram em afastamento devido a doenças ocupacionais. Nesse cenário, a gestão eficiente da saúde e segurança no trabalho (SST) torna-se fundamental para prevenir acidentes, aumentar a produtividade e, consequentemente, reduzir os custos operacionais.
De acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), os custos com saúde do trabalhador aumentaram quatro vezes nos últimos dez anos, sendo que 60% desse valor foi arcado pelo setor privado. Em outra pesquisa, feira pela Health Advantage Appreciation Fund (HAAF), fundo composto por empresas de capital aberto com cultura comprovada de promoção da saúde, a adoção de práticas de saúde ocupacional aumentou as ações das empresas em 2% acima da média do mercado.
Segundo o Dr. Marco Aurélio Bussacarini, especialista em segurança do trabalho e CEO da Aventus Ocupacional, empresa do segmento, o investimento em segurança do trabalho reduz significativamente os índices de absenteísmo e afastamentos por acidentes, o que, no futuro, aumentará a lucratividade:
“Investir em segurança do trabalho não é um custo, mas uma estratégia inteligente para aumentar a produtividade e a rentabilidade da empresa. Ambientes seguros reduzem afastamentos, melhoram o engajamento dos colaboradores e evitam gastos com indenizações e multas. No longo prazo, esse investimento se traduz em maior eficiência operacional e vantagem competitiva no mercado.”
O papel da liderança é crucial nesse processo. Líderes que valorizam a segurança como um pilar estratégico tendem a engajar suas equipes de forma mais efetiva. A comunicação clara sobre os riscos e as medidas preventivas, aliada ao exemplo diário dos gestores, fortalece a confiança dos funcionários na empresa. Essa relação de confiança é um dos motores da produtividade e do alcance de metas organizacionais.
Além disso, métodos de avaliação da maturidade da cultura de segurança, como auditorias internas, análises de risco e monitoramento contínuo, ajudam as empresas a identificar pontos de melhoria e a implementar ações direcionadas. Essas práticas previnem acidentes e também garantem que os investimentos em segurança sejam utilizados de forma eficiente, gerando retorno positivo para o negócio.
“A maturidade da cultura de segurança é um fator determinante para a sustentabilidade e o sucesso das empresas. Esse processo não apenas previne acidentes, mas também otimiza recursos, fortalece o engajamento dos colaboradores e assegura um ambiente de trabalho mais seguro e produtivo”, destaca Marco Aurélio Bussacarini.
A adoção de uma gestão estruturada em segurança, além de contribuir para o bem-estar dos funcionários, também fortalece a reputação da empresa no mercado, tornando-a mais atraente para investidores, parceiros e clientes. No longo prazo, isso se traduz em vantagem competitiva.
Empresas que priorizam a segurança demonstram responsabilidade social e corporativa, o que melhora sua credibilidade. Segundo o Dr. Marco Aurélio, isso deve ser visto como um investimento e não como um custo para a empresa: “A maturidade em segurança do trabalho vai além do cumprimento de normas; ela reflete o compromisso da empresa com a integridade de seus colaboradores. É preciso entender que isso é um investimento que trará benefícios no futuro, em quase todos os aspectos”, completou.
Mas, afinal, como alcançar uma alta maturidade em cultura de segurança do trabalho?
Garantir um ambiente de trabalho seguro vai além do cumprimento de normas. Empresas que desejam atingir um alto nível de maturidade em cultura de segurança precisam adotar uma abordagem estratégica e contínua, envolvendo líderes, gestores e colaboradores. A maturidade em segurança do trabalho, nesse aspecto, se reflete na redução de acidentes, maior produtividade e engajamento das equipes. Confira algumas diretrizes fundamentais para fortalecer essa cultura:
1. Comprometimento da liderança: o primeiro passo para uma cultura de segurança madura é o envolvimento ativo da alta gestão. Líderes devem demonstrar compromisso com práticas seguras, incorporando a segurança à estratégia da empresa e promovendo treinamentos constantes.
“O envolvimento da alta gestão é fundamental para consolidar uma cultura de segurança. Quando os líderes demonstram compromisso e dão o exemplo, os colaboradores seguem essa mentalidade com mais naturalidade”, afirma Dr. Marco Aurélio.
2. Engajamento dos colaboradores: criar um ambiente no qual os funcionários se sintam responsáveis pela segurança mútua é essencial. Para isso, é importante estimular a comunicação aberta, incentivar a participação em comitês de segurança e reconhecer boas práticas.
“A segurança no trabalho não pode ser uma via de mão única. É essencial criar um ambiente em que os funcionários participem ativamente, relatem riscos e se sintam parte do processo de prevenção”, explica o especialista.
3. Treinamentos e capacitações contínuas: a aprendizagem constante sobre segurança do trabalho mantém os funcionários atualizados e conscientes dos riscos. Programas de formação periódicos e simulações práticas ajudam na prevenção de acidentes e no fortalecimento da cultura de segurança.
“O treinamento periódico é uma ferramenta indispensável. Manter os colaboradores atualizados e preparados reduz significativamente os riscos de acidentes e fortalece a conscientização sobre segurança”, pontua Marco.
4. Uso de tecnologia e inovação: ferramentas como inteligência artificial, sensores de segurança e sistemas de gestão de riscos contribuem para monitorar e prevenir acidentes. Investir em tecnologia pode aumentar a eficiência das práticas de segurança e proporcionar um ambiente mais protegido.
“A adoção de tecnologias como sensores de segurança e inteligência artificial permite uma gestão mais eficiente dos riscos. Essas ferramentas ajudam a antecipar problemas e prevenir incidentes”, destaca.
5. Monitoramento e melhoria contínua: empresas com alta maturidade em segurança do trabalho acompanham indicadores de desempenho, realizam auditorias internas e buscam feedback dos colaboradores para aprimorar processos. A análise constante permite ajustes e a adoção de melhores práticas.
“A segurança do trabalho deve ser tratada como um processo em constante evolução. Acompanhar indicadores, analisar incidentes e ouvir os colaboradores são ações essenciais para aperfeiçoar práticas de prevenção”, afirma Marco.
6. Cultura de prevenção e não apenas de correção: em vez de atuar apenas após um acidente, organizações maduras investem na antecipação e prevenção de riscos. O conceito de segurança deve estar presente no dia a dia, desde o planejamento operacional até a execução das atividades.
“Empresas maduras em segurança investem na antecipação de riscos. Não basta apenas corrigir problemas quando ocorrem; é preciso ter uma abordagem preventiva para garantir um ambiente realmente seguro”, conclui Marco.
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GIOVANA PIGNATI
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