Os casos de assédio moral no ambiente de trabalho no Paraná tiveram aumento de 28%, segundo dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O comparativo entre 2023 e o primeiro semestre de 2024 revela uma escalada nas denúncias e registros oficiais desse tipo de conduta. No primeiro semestre de 2024, o estado registrou uma média diária de 28 novos casos.
Segundo a advogada especialista em assédio no trabalho, Michelle Heringer, “o aumento de 28% nos casos de assédio moral no ambiente de trabalho no Paraná reflete uma tendência alarmante que está ocorrendo não apenas no estado, mas em todo o país”. Ela destaca que “esses números mostram que, embora haja um crescimento nas denúncias, também é um indicativo de que as pessoas estão mais conscientes de seus direitos e dos impactos devastadores do assédio na saúde mental, física e na produtividade”.
O crescimento expressivo das denúncias pode ser atribuído a diferentes fatores. “Primeiro, há uma maior conscientização da sociedade sobre o tema. Treinamentos, campanhas e mudanças culturais têm permitido que os trabalhadores identifiquem comportamentos abusivos que antes poderiam ser naturalizados como parte do ambiente corporativo”, explica a especialista.
Outro ponto importante, segundo a advogada, é a ampliação de canais de denúncia. “Muitas empresas, preocupadas com sua imagem e com as exigências legais, implementaram políticas internas que encorajam a denúncia de comportamentos inadequados, garantindo anonimato e proteção contra represálias”, acrescenta.
Ela enfatiza que “o assédio não prejudica apenas a vítima diretamente envolvida, mas também cria um ambiente tóxico no local de trabalho”. De acordo com a especialista, “o aumento das denúncias é um reflexo positivo de que o problema está sendo mais identificado e reportado, mas também revela que há um longo caminho a ser percorrido para erradicar o assédio moral do ambiente corporativo”, conclui.
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NATHALIA FERNANDES RIBEIRO VAJAS
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