Comemorado em 04, o Dia Mundial da Obesidade é um alerta para o avanço da doença globalmente. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a obesidade é um dos maiores problemas de saúde pública no mundo. É uma doença crônica, que tende a piorar com o passar dos anos, caso o paciente não receba o tratamento adequado.
Segundo a OMS, dos cerca de 1 bilhão de obesos, 650 milhões são adultos, 340 milhões são adolescentes e 39 milhões são crianças. Esse número, de acordo com a organização, continua crescendo. Já dados da OPAS (Organização Pan-Americana de Saúde) mostram que, em 2021, a obesidade foi responsável, nas Américas, por 2,8 milhões de mortes por doenças não transmissíveis (DCNT) como as cardiovasculares, hipertensão, acidente vascular cerebral e certos tipos de câncer.
As taxas de sobrepeso e obesidade triplicaram na Região nos últimos 50 anos, e essas condições afetam cerca de 62,5% da população, a maior prevalência regional do mundo. Os níveis de sobrepeso e obesidade, entre as crianças, também estão aumentando, e afetam 33,6% das crianças e adolescentes de 5 a 19 anos nas Américas, devido principalmente aos baixos níveis de amamentação e dietas pobres, com baixo teor de frutas e vegetais e alto teor de alimentos e bebidas ultraprocessados.
“É essencial aumentar a conscientização sobre a urgente necessidade de se combater esta epidemia global e interromper este ciclo de aumento da obesidade”, alerta o Prof. Dr. Durval Ribas Filho, médico nutrólogo, endocrinologista, Fellow da Obesity Society FTOS – USA e presidente da ABRAN – Associação Brasileira de Nutrologia.
Para o especialista, cuidar do sobrepeso e da obesidade é uma questão de saúde e não apenas estética. “Hoje a farmacologia dispõe de diversos medicamentos que, aliados a uma alimentação saudável e atividade física, podem devolver ao obeso uma melhor qualidade de vida. Em uma obesidade controlada, as perdas progressivas representam um avanço, pois a cada 10 quilos a menos, se reflete em importante melhora nas comorbidades da doença. No Brasil o cenário é alarmante: 25% da população sofre de obesidade e mais de 53% têm excesso de peso e, entre crianças e adolescentes, este índice chega a 33%”, alerta.
Com acolhimento e sem discriminação
O Prof. Dr. Ribas observa que a obesidade pode, ainda, desencadear problemas sociais e de comportamento que geram uma discriminação, desde a infância. “A gordofobia é uma doença social e o seu combate não consiste em apenas lutar para que o obeso não seja perturbado e vítima de um potencial bullying”, observa.
Em seu livro “Obeso Acolhido” (2021), em parceria com o médico psiquiatra Dr. Arthur Kaufman, ressalta que situações constrangedoras e até inusitadas, não são raras com obesos e que se somam à lista de outros preconceitos tão em pauta, atualmente, como os raciais, étnicos, religiosos e sexuais.
“Além dos riscos físicos, a obesidade também é um gatilho para problemas emocionais, que passam pela dificuldade de se socializar e, muitas vezes, até realizar atividades com amigos, no trabalho ou num relacionamento afetivo. É um processo discriminatório, de estigmatização muito forte, em todos os seus aspectos, onde o obeso não é acolhido pela sociedade. Ao contrário, sofre preconceito”, destaca o especialista.
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